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Existe amor à primeira vista na maternidade?

Já tem algum tempo que queria colocar no papel (ou melhor, na tela) as coisas que passei durante a minha gravidez. Maternidade é punk, migas!

Nunca tive aquela vontade de ser mãe, sabe? Durante os nove meses de gestação, eu oscilava entre crises de choro e ansiedade, que me afetaram tanto que o meu leite secou. Além de tudo, já estava imaginando que perderia o meu emprego. Para lidar com todas essas questões, comecei a fazer terapia e entender tudo desse novo mundo à minha frente. 

Você pode estar se perguntando o motivo desse texto, e te digo: é para ajudar todas as mulheres que podem estar passando pelo mesmo que eu passei. E lembrá-las que elas não estão sozinhas e está tudo bem. Então, se conhece alguma amiga que esteja passando por isso, mande esse texto para ela e vamos nos ajudar!

Você não é uma pessoa ruim por não estar feliz com a gestação

Entendo todos os questionamentos que passam pela sua cabeça agora: como vai ser depois? E os meus sonhos? Minha empresa? Meu emprego? Como vou lidar com a maternidade? Além de tudo isso, ainda lidamos com os enjoos matinais, os hormônios em ebulição e para piorar a nossa situação: existem as pessoas que adoram dar palpites sobre a nossa gestação e como lidamos com ela. 

Você não é a primeira e nem a última a passar por isso, porém muitas mulheres não conseguem se abrir sobre ser feliz durante a gravidez. E é muito difícil falar sobre isso, já que para a nossa sociedade gravidez é sinônimo de felicidade e dever feminino. Se abra com as pessoas que você tem confiança ou com algum profissional, o mais importante é você entender esses sentimentos e lidar com todos os palpites que surgirão. Como, por exemplo: “é melhor você aproveitar todas as suas noites de sono”, “você está desperdiçando uma parte da sua vida”, “você deveria estar feliz, porque a maternidade é uma dádiva”, entre outros.

O primeiro dia na maternidade foi estranho e difícil 

Na noite que começaram as contrações e a bolsa estourou, o medo do futuro tomaram conta de mim – além da dor, é claro. Eu já não aguentava mais estar grávida e queria logo que tudo aquilo acabasse. Quando ela nasceu, eu fiquei atônita, olhando para as paredes e tentando entender o que estava acontecendo: enfermeiras, técnicas e médico com a bebê e eu ali. Era como se eu estivesse fora do meu corpo olhando toda a movimentação. Como no filme “Sexta-feira muito louca”, eu havia trocado de corpo com outra pessoa e estava vivendo a vida dela.

O mais estranho foi quando a enfermeira veio me entregar minha filha para mamar, eu mal consegui pensar e ela já estava mamando (ou tentando, rs). Naquele momento, eu chorei toda a apreensão, medo, angústia e dor que estava sentindo. 

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O amor vem com o tempo

Uma das coisas que estou aprendendo é que o amor vem com o tempo. Eu sei que existem mães que já amam desde o primeiro dia que sabem da gestação. Mas, não é porque foi assim com sua amiga que vai ser com você também. Para muitas mulheres o tal instinto maternal não nasce junto com o bebê, e muitas vezes podemos nos considerar “mães ruins”. 

Lembro de olhar para a minha filha e sentir uma ingratidão tão grande por não sentir o que deveria sentir. Foi só mais tarde que entendi que não havia nada de errado em não sentir alegria naquele momento. São tantas mudanças hormonais, físicas e psicológicas que você fica atônita e sem saber o que fazer primeiro. E são processos que você não pode controlar, porque são naturais e toda mulher (ou quase) irá passar. 

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Recado da nossa Psicóloga Andressa:

“Você não é uma pessoa ruim, só está passando por um momento difícil e não precisa passar por isso sozinha. Buscar atendimento psicológico (terapia) pode ajudar a entender esse momento e reestruturar a vida interna e externamente. Em alguns casos o acompanhamento médico também pode ser necessário. Vale lembrar que a situação pode se agravar quando o cuidado com a criança é afetado. Não espere passar, aceite ajuda.”

@psi.andressa

E acredite numa coisa: você nunca estará sozinha. Mesmo que às vezes pareça que está.

Catarinense, cria conteúdo pra quem cria conteúdo. Mãe e empreendedora que busca a liberdade e o empoderamento de outras mães.

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