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Empreendedorismo interseccional: o que é e como começar

Se você é empreendedora, saiba que o seu lugar de partida é bem diferente do de outra miga. O empreendedorismo deve ser interseccional e isso significa refazer as regras do jogo!

Já aconteceu de você não entender o porquê de determinados grupos não compactuarem com uma discussão generalista, do tipo: “somos todas iguais“? Afinal, somos sim pessoas compartilhando uma experiência de vida, aparentemente, acessando a mesma Internet e tendo acesso as mesmas informações, porém não se engane… Além dessa visão ser rasa e redutiva, não considera subjetividades, privilégios e realidade material societária.

Chegou a hora de rever conceitos, pois, o empreendedorismo é interseccional.

Seu ponto de partida

Nesse sentido, quero lhe dizer que apesar de estarmos todas conectadas e acessando a um conteúdo em comum, você parte de outro espaço e teve oportunidades as quais eu não tive. Inclusive, a forma como determinadas discussões reflexões te atravessam, sem dúvidas, me atravessam de outra forma. Sendo assim, é necessário investigarmos com cautela de que forma a violência, o preconceito e discriminações se dão na vida de cada miga. Em outras palavras, o machismo, por exemplo, se manifesta violentamente na vida de todas as mulheres, contudo, para mulheres negras isso se duplica, entendendo que elas serão, também, vítimas de racismo.

A interseccionalidade é uma categoria teórica que compreenderá gênero, raça e classe (salve, Angela Davis), pois, é impossível pensar numa vivência padronizada para todas. A especificidade de cada corpo determinará como um sujeito experienciará a própria vida.

Quer saber o que isso tem a ver com os seus negócios?

Teste do pescoço

Analise o seu cenário e pense em todas as pessoas incríveis que trabalham no seu segmento. Você é do Marketing Digital? Liste, pelo menos, cinco mulheres negras que trabalham na área.

Aliás, o que leva mulheres negras a empreenderem é também a dominação mundial, mas acima disso a necessidade da sobrevivência. De todo modo, elas ainda não são valorizadas ou reconhecidas por seus trabalhos.

Não quero te colocar contra a parede, miga. O objetivo é estourar essa bolha normativa e entender que, dentro das nossas próprias referências, existe, intencionalmente, uma exclusão.

Sabe aquele cara fod* do conteúdo?

Sim, aquele cara que é sempre referenciado quando o assunto é vendas. Ninguém vai me convencer de que não existem mulheres tão competentes quanto caras como esse. Não estou falando de alguém em específico, só compartilhando um profundo incômodo em ver os mesmos nomes nas listas de referências da Internet.

Visando o empreendedorismo interseccional, saiba que é preciso apoiar aquela miga que, apesar de não ter faturado muito em pouco tempo, se dedica dia a dia para trazer ideias brilhantes para a comunidade, vende e-book a preço justo e está sempre disponível para solucionar dúvidas.

Olhando para a sua comunidade

Faz o pente fino, more. Quem te acompanha? Você identifica uma diversidade de migas em sua comunidade ou todas compartilham de privilégios parecidos com os seus? Isso não é um grande problema, uma vez que, é seu direito atender um determinado nicho, contudo, te desafio a olhar para o lado e enxergar as pessoas que você preferiu não inserir no seu contexto. Acredite: agregar olhares que você não tem será rico para o seu negócio e desenvolvimento pessoal.

Seu atendimento

Como anda o seu suporte? Suas conversas geram empatia? Para ter uma dimensão disso, é só olhar com calma como os clientes interagem com a sua marca. Nesse sentido, acredito ser de suma importância a preocupação com uma conexão mais real. É aquele conteúdo que faz a comunidade compartilhar experiências pessoais. Isso faz a sua marca sair do raso e também te dá uma noção da história de vida de quem te acompanha.

Entendendo sua produção

Para não deixar ninguém de lado, vamos te dar alguns exemplos aplicados aqui na firma:

Seu produto/serviço foi/é criado para atender a quem? O Evento da Dominação Mundial ocorreu, gratuitamente, durante os dias 10, 11 e 12 de setembro e contou com palestras de mulheres empreendedoras de negócios incríveis. Teve venda de serviço? SIM: nossa comunidade (inclusive, sinta-se convidadíssima a entrar). Entretanto, para atender as migas que não podem comprá-la, além de disponibilizarmos GRATUITAMENTE o resumo (leia conteúdo f*da) de todas as palestas do evento, lançamos, em paralelo, o Guia para Empreendedoras num valor justo e acessível.

Ou seja: 3 ações maras (evento+plataforma+guia) que contemplam diferentes perfis de migas presentes em nossa comunidade. Entendemos que para você dominar o mundo, precisaríamos de ESTRATÉGIAS distintas ENTREGANDO a essência da Moving: informação, conteúdo relevante e ações aplicáveis.

More, não deixe N-I-N-G-U-É-M para trás! Só dá para fazer o seu negócio girar se você puder levar outras migas junto!

Empreendedorismo interseccional

Interseccionalidade é um assunto sério e não deve ser resumido a, somente, ações inclusivas. Estudar e entender o nosso mundo e a divisão societária é importante e para ser visionária é preciso nutrir esse repertório de informações úteis sobre o mundo em que vivemos.

Cuidado com a sensação que o conforto te traz. Produzir conteúdo para quem pensa como você é uma delícia, contudo… Como o seu negócio pode dialogar com quem pensa diferente? Aliás, como você se comporta diante das diferenças?

Fica a reflexão.

Para mergulhar

Leia “O que é interseccionalidade?” de Carla Akotirene.

Veja Kimberlé Crenshaw em A urgência da “Interseccionalidade”

Trazendo algumas reflexões para você repensar o empreendedorismo negro e suas práticas antirracistas. Mas, fica tranquila, miga... Eu também vou te ajudar nessa missão!

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