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Como desenvolver produtos e serviços para mulheres negras?

Desenvolver produtos e serviços para mulheres negras é, antes de tudo, respeitar vivências e subjetividades, miga. Vem, que eu te falo por onde começar!

Subjetividades

Primeiramente, miga, anota aí: construir um ambiente representativo para mulheres negras significa abraçar subjetividades.

O autoconhecimento estético e político da mulher preta pode acontecer por diversas vias, desde a reafirmação de suas raízes por meio da ancestralidade, até o resgate e valorização da beleza, quando buscam por referências mais compatíveis com suas próprias imagens. Contudo, vale lembrar que nenhum caminho é igual, portanto desenvolver produtos para mulheres negras requer sua atenção! Cada Moving Black Girl é plural e carrega uma história.

eu [sinal de diferente] você

Quando uma mulher negra entrava numa loja de cosméticos, há pelo menos dez anos, imediatamente se deparava com gôndolas repletas de produtos transformadores de fios e maquiagens incompatíveis com o seu tom de pele. A indústria naquele tempo não estava preparada para absorver a diversidade dessa população e preferiu ganhar dinheiro “padronizando” corpos, ao invés de compreender a importância de construir cenários de consumo múltiplos e representativos.

Autoaceitação e autocuidado:

Foi através da Internet que o verdadeiro boom começou! Nesse meio tempo milhares de mulheres passaram a compartilhar seus processos pessoais de autoaceitação e valorização estética, ensinando receitas (é miga, as famosas misturinhas) e acessibilizando não só a possibilidade de outras meninas e mulheres promoverem autocuidado, mas também reforçando o quanto não precisavam ser reféns de métodos tão agressivos para a própria saúde e autoestima.

A lógica mudou e agora vemos infinitas possibilidades de produtos voltados à mulher preta. Mas, calma, miga… Isso não quer dizer que o “problema” acabou, porque criar representação não significa desenvolver MAIS produtos e sim MENOS barreiras e desigualdades. Aqui na Moving, a Grau, que é Beauty Artist, nos relatou que ainda é muito difícil acessar conhecimento sobre pele negra, mesmo em cursos de maquiagem. O “novo normal” ainda é representado por mulheres brancas e o problema é estrutural. Isto é, está enraizado na criação da casa, escola, trabalho e nos contextos gerais da relação humana. 

“Quero desenvolver produtos e serviços com diversidade. Por onde começo?”

São 4 etapas, miga:

  1. Contrate, imediatamente, a diversidade: Alô, coerência! Chama quem manja do assunto. A construção será rica, fiel ao propósito da criação e principalmente JUSTA! 
  2. Não cumpra tabela: SOS, miga! Não crie produtos para dar close. Em outras palavras, queira gerar diálogos, se apropriar de conhecimento, conversar com a comunidade e entender qual caminho seguir. 
  3. Se importe com a experiência: Sua criação deve ter propósito, bem como finalidade. Se é para representar, todo o processo, desde a construção deve ser VALIDADO com quem vai comprar. Alie o produto/serviço aos interesses do cliente. 
  4. Posicione-se: É hora de levantar a bandeira! Marcas que sabem o que defendem, lutam por isso até o fim!

Dica de Ouro

Por fim, fechamos com dica de ouro: A diversidade na criação de serviços para mulheres pretas deve considerar a multiplicidade de todas elas. Oi? Fazer UM único produto não vai contemplar o todo. 

mulheres negras querem ser vistas
Eu e minhas migas vendo mil tons de base para pele branca e três para pele negra

Enfim, tenha em mente o universo da diversidade estética: tons de pele, tipos de cabelo e aspirações pessoais. Já parou para pensar que nem toda mulher preta quer deixar o cabelo natural? Como a sua empresa responde diante disso?

Boas reflexões, miga! 

Trazendo algumas reflexões para você repensar o empreendedorismo negro e suas práticas antirracistas. Mas, fica tranquila, miga... Eu também vou te ajudar nessa missão!

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